Glossário
Bem-vindo ao Glossário do Portugal Notável, uma janela para o passado e o presente que ilumina os acontecimentos, figuras e datas que moldaram a história e a cultura de Portugal.
Aqui, reunimos de forma organizada e acessível os marcos mais relevantes que ajudam a contar a história do nosso país, desde personalidades inspiradoras e eventos transformadores até datas que marcaram gerações.
Este glossário é um recurso indispensável para viajantes curiosos, estudantes e apaixonados por cultura, oferecendo uma visão clara e envolvente sobre os elementos que tornam Portugal tão único. Quer esteja a planear uma viagem, a aprofundar conhecimentos ou simplesmente a explorar o nosso legado, este é o lugar ideal para começar.
Descubra, aprenda e inspire-se!
-Ermida: Uma ermida é uma pequena capela ou igreja, geralmente localizada em áreas rurais ou isoladas, frequentemente associada a um santo específico ou um local de devoção. Ela costuma ser simples na sua construção, diferindo das igrejas maiores e com maior complexidade arquitetónica que se encontram em áreas urbanas.
As Ermidas frequentemente têm um significado especial para a comunidade local, sendo usadas para celebrações religiosas, romarias ou momentos de oração individual. Muitas vezes estão situadas em locais especiais, por vezes com valor histórico, espiritual ou paisagístico, como montes (mais perto do céu), colinas ou perto de fontes de água.
-É como se fosse um cantinho para buscarmos paz conexão espiritual com deus, deuses ou com à natureza.
Imóvel de Interesse Público: Em Portugal, um Imóvel de Interesse Público (IIP) é uma classificação atribuída a bens imóveis que possuem um valor cultural, histórico, arquitetónico ou arqueológico significativo, mas que não alcançam o nível de relevância necessário para serem classificados como Monumentos Nacionais.
Essa designação, regulamentada pelo Estado português, serve para proteger e preservar o patrimônio cultural do país, garantindo que esses bens sejam reconhecidos e salvaguardados para as gerações futuras.
Tartéssios: Os Tartéssicos foram um povo que habitou a região do sul da Península Ibérica, aproximadamente entre os séculos IX e VI a.C. Eles são frequentemente associados à área que hoje corresponde ao sul de Portugal (Algarve e Alentejo) e à Andaluzia, na Espanha. A cultura tartéssica é considerada uma das primeiras civilizações da Europa Ocidental, com forte influência dos povos mediterrânicos, especialmente fenícios, devido ao intenso comércio de metais como ouro, prata e estanho associados a Faixa Piritosa Ibérica.
Principais Características dos Tartéssicos:
Economia e Comércio: A mineração e o comércio de metais preciosos eram centrais na economia tartéssica. Eles estabeleceram contatos comerciais significativos com os fenícios, que trouxeram consigo influências culturais e tecnológicas.
Escrita do Sudoeste (ou do Ocidente): Os Tartéssicos são conhecidos por terem usado uma forma de escrita, chamada escrita do sudoeste, que é uma das mais antigas da Península Ibérica. Essa escrita, com caracteres que lembram alfabetos orientais, é encontrada em estelas funerárias e monumentos. Muitos dos exemplos dessa escrita foram descobertos no Algarve e no Alentejo.
Vipasca- Vicus Metallum Vispascensis: Designação romana para a área mineira de Aljustrel.
A Pax Romana (ou “Paz Romana”) foi um período de aproximadamente dois séculos (1 d.C. a 180 d.C.) de relativa estabilidade e paz dentro do Império Romano, iniciado durante o reinado de Augusto, o primeiro imperador de Roma. Embora o império ainda enfrentasse conflitos nas fronteiras e revoltas ocasionais, internamente ele experimentou uma fase de prosperidade econômica, avanços culturais e estabilidade política.
Características da Pax Romana:
- Centralização do Poder: A administração imperial consolidou-se, com um sistema burocrático eficaz e a centralização do governo sob os imperadores.
- Expansão e Integração: Este período viu a consolidação dos territórios conquistados, com a construção de infraestruturas como estradas, aquedutos, pontes e cidades para integrar as províncias ao império.
- Cultura e Comércio: A unificação política e a segurança permitiram o florescimento do comércio e da disseminação da cultura romana (a romanização) pelas províncias.
Em Portugal, a romanização foi uma consequência direta desse período de estabilidade:
Infraestrutura: Construção de estradas romanas que ligavam as principais cidades e vilas, como Emerita Augusta (Mérida, na atual Espanha), Olisipo (Lisboa) e Bracara Augusta (Braga).
Cidades Romanas: Muitas cidades portuguesas têm origem em povoações romanas, como Conímbriga, Braga e Évora. Nessas cidades, construíram-se teatros, templos, termas e fóruns.
Economia: O comércio prosperou, com produtos como azeite, vinho e minerais sendo exportados. A mineração em áreas como o Alentejo teve grande importância econômica.
Direito e Língua: Introdução do latim, que evoluiu para o português moderno, e do direito romano, que influenciou as bases legais da região.
Cultura e Religião: Os deuses romanos foram integrados à vida cotidiana, mas também desuses locais foram respeitados e incorporados pelos romanos e mais tarde, com o advento do Cristianismo, a região tornou-se uma parte importante da expansão da nova religião dentro do império.
Imperadores Importantes Durante a Pax Romana:
-Augusto (27 a.C. – 14 d.C.): Iniciador da Pax Romana e do sistema imperial.
-Tibério (14 – 37): Consolidou as reformas de Augusto.
-Cláudio (41 – 54): Promoveu grandes obras públicas e ampliou os direitos das províncias.
-Trajano (98 – 117): Expandiu o império ao seu maior território, e era originário da Hispânia (perto de Sevilha).
-Adriano (117 – 138): Conhecido por sua administração eficaz e pela construção de fronteiras estáveis, como a Muralha de Adriano na Britânia, também era de Hispânia
-Marco Aurélio (161 – 180): Último imperador do período da Pax Romana, também conhecido como o “filósofo imperador.”
Taipa muçulmana é uma técnica de construção usada amplamente durante o período islâmico na Península Ibérica (711–1492), incluindo o atual território de Portugal. Essa técnica consiste em erguer paredes ou estruturas utilizando terra compactada e argila, geralmente reforçada com materiais como pedra, madeira ou cal. É uma técnica valorizada por sua eficiência, durabilidade e adaptação ao clima quente e seco.
Ordem de Santiago: Ordem de Santiago de Portugal, também conhecida como Ordem de Santiago da Espada, foi uma ordem militar e religiosa fundada no contexto da Reconquista Cristã, com o objetivo de proteger os peregrinos que viajavam para Santiago de Compostela e combater os muçulmanos na Península Ibérica. Essa ordem desempenhou um papel significativo na história militar, política e religiosa de Portugal, especialmente durante a Idade Média
Origens da Ordem de Santiago: A ordem foi fundada em 1170 na região de Castela (Espanha) por iniciativa de cavaleiros cristãos que desejavam proteger os peregrinos de Santiago de Compostela.
Adotou como patrono o apóstolo São Tiago Maior (Santiago, em espanhol), associado à luta cristã contra os muçulmanos.
Em 1172, a ordem recebeu o apoio do rei português D. Afonso Henriques, que a estabeleceu em território português.
A ordem ganhou terras e fortalezas, tornando-se uma força militar poderosa e uma organização religiosa influente.
Objetivos e Missão:
Militar: Defender as fronteiras cristãs contra os muçulmanos e auxiliar na expansão do território português.
Religiosa: Propagar o cristianismo e apoiar os peregrinos.
Gestão Territorial: Administrar as terras doadas pelo rei e pela nobreza, gerando riqueza e poder.
Os cavaleiros da Ordem de Santiago participaram de importantes batalhas, incluindo a conquista de Alcácer do Sal (1217) e a defesa de várias fronteiras contra os muçulmanos.
A ordem controlava vastos territórios em Portugal, especialmente no Alentejo e no Ribatejo, áreas estratégicas para a defesa do reino.
Torre de Menagem é a estrutura central e mais imponente de um castelo medieval, sendo geralmente a última linha de defesa em caso de ataque. Ela desempenhava tanto uma função militar quanto simbólica, representando o poder e a autoridade do senhor feudal que controlava o castelo.
O termo “menagem” deriva do juramento de homenagem (ou “menagem”), que era o ato simbólico de fidelidade prestado por vassalos ao seu senhor feudal. A torre simbolizava a autoridade do senhor.
Comenda: É uma propriedade, com ou sem igreja ou um mosteiro, onde o “comendador” administrava a terra ou os bens em nome da ordem religiosa. Em muitos casos, essa pessoa não era necessariamente um clérigo, mas um leigo que geria esses bens.
Ex-voto é um objeto ou oferenda que uma pessoa dedica a uma divindade, santo ou entidade religiosa como forma de agradecimento por uma graça recebida ou por um pedido atendido. O termo “ex-voto” vem do latim ex voto, que significa “de acordo com o voto”, ou seja, algo que é oferecido em cumprimento de um voto ou promessa feita em momentos de necessidade ou dificuldade, como em situações de doença, perigo ou outro sofrimento.
Os ex-votos podem assumir diversas formas, como pequenos objetos que representam a graça recebida, como réplicas de partes do corpo (braços, pernas, corações, etc.), imagens de santos, velas, ou outros itens simbólicos, em alguns casos, os ex-votos podem ser escritos em placas ou cartazes, onde a pessoa conta sua história e agradece pela intervenção divina.
Em contextos de maior devoção ou riqueza, pode-se oferecer uma pintura, escultura ou outro tipo de obra de arte que relembre o milagre ou a intervenção recebida.
O objetivo do ex-voto é expressar gratidão ou cumprir uma promessa feita, geralmente em momentos de dificuldades. É uma prática comum em muitas tradições religiosas, incluindo o catolicismo, o espiritismo e outras crenças populares, e é especialmente frequente em locais de peregrinação, como santuários e igrejas.
Marco geodésico: Um marco geodésico em Portugal, assim como em outros países, é um ponto de referência utilizado para a medição e determinação de coordenadas geográficas e altitudes no território. Esses marcos fazem parte de uma rede geodésica, que é um sistema de pontos de referência distribuídos por todo o país, com o objetivo de garantir a precisão nas medições e estudos relacionados com a geografia, cartografia, topografia, e outras áreas científicas e técnicas.
Esses marcos podem ter diferentes formas e tamanhos, dependendo da sua finalidade e localização.
Esses marcos podem ser estruturas físicas, como pedras, monumentos ou pilares, que são colocados em locais estratégicos para garantir visibilidade entre eles e permitir a medição precisa de distâncias ou ângulos. Em Portugal, a rede de marcos geodésicos é administrada e mantida pelo Instituto Geográfico Português (IGP), que tem como função o desenvolvimento de projetos geodésicos e a manutenção da rede geodésica nacional.
Esses marcos têm uma grande importância para a cartografia, planeamento urbano, construção de infraestruturas e, em alguns casos, para estudos ambientais e de monitorização ambiental.
A hematite é um mineral composto principalmente por ferro. O seu nome vem do grego haima, que significa “sangue”, devido à sua cor vermelha característica, que pode variar de um tom mais claro de vermelho até um cinzento escuro ou quase preto.
A hematite é encontrada em diversas formas e pode ter diferentes aspetos físicos:
Quando a hematite é polida, pode apresentar um brilho metálico, tornando-se altamente refletiva.
A cor vermelha de hematite é muito marcante, e pode variar de um vermelho vibrante a tons mais escuros, dependendo de sua pureza e da presença de impurezas.
Propriedades: A hematite é um mineral relativamente duro, com uma dureza de 5,5 a 6 na escala de Mohs. Também é bastante densa, com uma gravidade específica que pode variar de 5,0 a 5,3.
Fonte de ferro: A hematite é uma importante fonte de ferro na indústria siderúrgica, sendo extraída para a produção de ferro e aço.
Joias e objetos decorativos: Devido à sua cor vibrante e brilho metálico quando polida, a hematite também é utilizada na fabricação de joias, como colares, anéis e pulseiras.
Pinturas e pigmentos: A hematite em pó, conhecida como “terra de sombra” ou “ocre”, é utilizada como pigmento em tintas, devido à sua cor vermelha intensa.
Ocorrência:
A hematite é encontrada em diversos tipos de rochas, principalmente em sedimentos, veios de minério e em algumas rochas metamórficas.
A hematite também é frequentemente associada a outros minerais, como a magnetite, e pode ser encontrada em depósitos minerais significativos em várias partes do mundo, como na Faixa Piritosa Ibérica.
A cor vermelha da hematite é resultado da oxidação do ferro presente no mineral. O processo que transforma o ferro em hematite e dá a ela sua cor
Composição química: A hematite é composta principalmente por óxido de ferro (Fe₂O₃). O ferro em sua forma metálica (Fe) é facilmente oxidado quando entra em contato com o oxigênio, o que faz com que o ferro passe do estado de oxidação Fe²⁺ (ferroso) para o estado Fe³⁺ (ferrico).
Reação de oxidação: A oxidação é um processo em que o ferro se combina com o oxigénio, resultando na formação do óxido de ferro. A reação química pode ser representada assim:
4Fe+O2→2Fe2O3
Essa reação é o que gera o óxido de ferro que compõe a hematite, e é essa transformação que confere à hematite a sua cor vermelha.
Pirolusite: É um mineral de manganês, e sua fórmula química é Mn₂SiO₄. É um silicato de manganês, pertencente à classe dos nesossilicatos, assim como outras minerais do mesmo grupo.
Características principais da pirosilite de manganês:
Cor: A pirosilite pode apresentar cores que variam de cinzento escuro a preto,
A pirosilite de manganês não tem muitos usos comerciais diretos, mas seu estudo é importante para a compreensão dos processos geológicos que envolvem manganês. O manganês, no entanto, é um metal de grande valor industrial, utilizado na produção de aço e outras ligas metálicas. Portanto, minerais que contêm manganês, como a pirosilite, podem ser de interesse em alguns contextos minerológicos e industriais.
Jaspe- Jaspe é um mineral que pertence à família dos quarztzo e é uma variedade de calcedónia (uma forma microcristalina de quartzo). Ele é composto principalmente por dióxido de silício (SiO₂), mas o que o torna único são as inclusões de outros minerais ou impurezas, que lhe conferem uma ampla gama de cores e padrões.
Cor: O jaspe pode ter uma vasta gama de cores, como vermelho, amarelo, verde, cinzento, roxo, cinza e até branco. A cor é frequentemente irregular, com padrões ou manchas devido às inclusões de outros minerais, como óxidos de ferro, manganês e outros compostos.
Textura: É geralmente opaco e pode ser muito denso. Sua estrutura é compacta e não permite que a luz passe através dele, o que o diferencia de outras variedades de quartzo, como o cristal de quartzo ou a ametista.
Dureza: O jaspe tem uma dureza de 6,5 a 7 na escala de Mohs, o que o torna relativamente resistente.
Sistema cristalino: O jaspe não forma cristais visíveis, sendo uma forma microcristalina de quartzo.
Tipos de jaspe:
Existem diversas variedades de jaspe, que podem ser classificadas de acordo com suas cores e padrões. Alguns exemplos incluem:
-Jaspe vermelho: Caracterizado pela cor vermelha ou alaranjada devido à presença de óxidos de ferro.
-Jaspe verde: Tem uma cor verde, muitas vezes devido à presença de minerais como a clorita.
-Jaspe amarelo: Pode ter uma tonalidade amarela intensa, causada por impurezas de óxidos de ferro ou outros elementos.
-Jaspe brechado: Tem um padrão de manchas ou fragmentos de diferentes cores que parecem estar “quebrados” ou fragmentados, mas unidos.
-Jaspe paisagem: Apresenta padrões que lembram paisagens naturais, como montanhas ou desertos.
Formação:
O jaspe forma-se em ambientes sedimentares, muitas vezes associado a depósitos de areia, argila ou outras rochas sedimentares. Ele se origina quando a sílica é depositada em ambientes ricos em água, onde o mineral é silicificado ao longo do tempo. Durante sua formação, o jaspe pode incorporar vários tipos de impurezas, como óxidos de ferro ou minerais de argila, que são os responsáveis pelas suas diversas cores e padrões.
Usos do jaspe:
Joias e adornos: Devido à sua beleza e diversidade de padrões e cores, o jaspe é muito utilizado em bijuterias, colares, anéis e pulseiras.
Objetos de decoração: Em algumas culturas, o jaspe é esculpido e usado para criar objetos decorativos ou amuletos.
Uso simbólico: O jaspe é frequentemente considerado um pedra de cura em várias tradições esotéricas, sendo associado a energias de estabilidade, equilíbrio e proteção. Acredita-se que o jaspe tem propriedades curativas e pode ajudar a promover a saúde física e emocional.
Cherte: A cherte é uma rocha sedimentar de granulação extremamente fina, composta predominantemente por sílica (SiO₂), e é uma forma microcristalina de quartzo ou calcedónia ou mesmo amorfa em uma textura muito compacta e densa, com uma aparência homogênea, sendo bastante resistente e difícil de quebrar.
Características principais da cherte:
Muitas vezes, ela pode conter pequenas quantidades de outros minerais, como carbonato de cálcio ou argilas, mas o componente principal é o dióxido de silício.
Cor: A cor da cherte pode variar consideravelmente, dependendo dos minerais presentes. Pode ser cinza, preta, verde, cinzento, vermelha, amarela, branca ou até rosa. A cor geralmente reflete os tipos de impurezas ou substância presentes durante sua formação.
O cherte tem uma textura muito fina e densa, muitas vezes não permitindo a visualização de seus cristais a olho nu. A rocha é geralmente compacta e pode ser quebrada em lascas finas e afiadas, com uma fratura conchoidal (semelhante à do vidro).
O cherte tem uma dureza relativamente alta, variando entre 6,5 e 7 na escala de Mohs, o que significa que é uma rocha bastante resistente.
A cherte forma se principalmente em ambientes sedimentares, especialmente em condições onde a sílica se acumula lentamente, como em leitos de lagoas, lagos, mares raso.. Ela pode se originar da precipitação de sílica dissolvida na água ou pela alteração de outros materiais orgânicos ou minerais ricos em silício.
Além disso, a cherte pode se formar por processos de diagénese, onde o material orgânico ou os sedimentos ricos em sílica se compactam e se transformam, com a ajuda de pressões e temperaturas relativamente baixas.
Existem várias formas e variantes de cherte, com base nas condições de formação e nos tipos de impurezas que a rocha contém. Alguns exemplos incluem:
Cherte preta: Geralmente rica em matéria orgânica, resultante de ambientes anóxicos (com pouco ou nenhum oxigênio), como lagos ou pântanos. Pode ser rica em carbono e aparecer com uma cor escura.
Cherte vermelha ou cinzentadas: Pode conter óxidos de ferro ou outros minerais que resultam nas tonalidades avermelhadas ou amarronzadas.
Cherte verde: Aparece devido à presença de minerais ricos em ferro, como clorite.
Usos:
Ferramentas pré-históricas: Uma das características mais notáveis da cherte, a par do Sílex, com composição química semelhante, é sua capacidade de ser quebrada em lâminas afiadas, o que a tornou um material amplamente utilizado por culturas pré-históricas para fabricar ferramentas, facas e armas, como lâminas de flechas e facas de pedra. A facilidade de lascar a rocha de maneira precisa é uma das razões pelas quais foi utilizada pelos primeiros seres humanos.
Complexo Vulcano-Sedimentar: m complexo vulcano-sedimentar é uma formação geológica que resulta da interação entre processos vulcânicos e sedimentares ao longo do tempo. Esse tipo de complexo é formado por uma combinação de rochas vulcânicas e rochas sedimentares (formadas por deposição de material transportado por água, vento ou gelo), que se combinam ou se sobrepõem em uma região específica.
Características principais de um complexo vulcano-sedimentar:
Rochas vulcânicas: As rochas vulcânicas, como basalto, andesito, riolito, entre outras, são formadas pela solidificação do magma que é expelido pelos vulcões. Em um complexo vulcano-sedimentar, essas rochas podem aparecer na forma de camadas ou fluxos de lava, depósitos de cinzas ou tufos, que resultam de erupções vulcânicas.
Interação entre os dois tipos de rocha: Em um complexo vulcano-sedimentar, há uma interação entre os processos vulcânicos e sedimentares. Isso pode ocorrer de várias maneiras:
Sobreposição de camadas sedimentares e vulcânicas: Em algumas regiões, as erupções vulcânicas podem ocorrer após a deposição de sedimentos, e essas erupções podem cobrir ou modificar as camadas sedimentares já formadas.
à formação de depósitos minerais, como minérios de ferro e minerais metálicos, devido aos processos de alteração e concentração de minerais associados aos vulcões e sedimentos.
A Faixa Piritosa Ibérica (FPI) é uma importante região geológica que atravessa o sudoeste da Península Ibérica, abarcando partes de Portugal e Espanha. Ela é conhecida principalmente pelos seus depósitos de pirite e outros minerais metálicos, como cobre, zinco e chumbo, que foram explorados historicamente devido ao seu valor económico. A Faixa Piritosa é um exemplo de complexo vulcano-sedimentar, onde interagem processos vulcânicos e sedimentares ao longo de uma extensa área geológica.
Composição geológica da Faixa Piritosa Ibérica: A Faixa Piritosa Ibérica é composta principalmente por uma sequência de rochas vulcânicas e sedimentares que se formaram durante o período Devónico (aproximadamente entre 400 e 360 milhões de anos atrás). Essas rochas resultam de processos vulcânicos associados a uma região tectonicamente ativa, onde ocorreram erupções vulcânicas intercaladas com a deposição de sedimentos. As rochas vulcânicas incluem xistos, tufos, basaltos e andesitos, enquanto as Depósitos minerais: A Faixa Piritosa Ibérica é famosa pelas seus depósitos minerais de sulfuretos metálicos, sendo a pirite o mineral mais abundante. Esses depósitos formaram-se durante a interação entre atividade vulcânica e processos sedimentares. A pirita, em particular, é uma forma de sulfeto de ferro (FeS₂), que se formou quando os gases vulcânicos ricos em enxofre entraram em contato com minerais de ferro e outros componentes nas camadas sedimentares, resultando na precipitação de
Durante esse processo, ocorreram alterações hidrotermais (provocadas por águas quentes ou vapores de origem vulcânica), que ajudaram a concentrar minerais metálicos como pirita, cobre, zinco e chumbo nas rochas sedimentar