ERMIDA de SÃO PEDRO DAS CABEÇAS (Castro Verde) (**) – O MITO FUNDADOR DE PORTUGAL

A Ermida de São Pedro das Cabeças, em Castro Verde, é um local com significado histórico e mítico, centralmente ligado à tradição da Batalha de Ourique, apesar de historiadores questionarem os detalhes e a localização desta batalha.

Linha Cronológica

  • Período Neo-Calcolítico: Vestígios de um castro pré-histórico existentes sob a Ermida de São Pedro das Cabeças, indicando uma ocupação humana e a importância estratégica do local desde tempos remotos.
  • Século XII (Início): O Império Almorávida impõe a sua autoridade na Península Ibérica, constituindo o principal adversário militar dos reinos cristãos.
  • 1137: Leiria é conquistada pelas forças cristãs, um evento que Jorge Alarcão sugere como estando numa localização mais plausível para a Batalha de Ourique.
  • 25 de Julho de 1139 (Data Tradicional): Data tradicionalmente atribuída à Batalha de Campo de Ourique, onde Afonso Henriques teria derrotado cinco reis mouros. Este evento é apresentado como crucial para a afirmação da sua liderança e para o prenúncio da independência de Portugal.
  • c. 1139: José Mattoso admite a probabilidade de um confronto entre as forças de Afonso Henriques e os Almorávidas algures na região de Ourique. As fontes coevas referem o regresso triunfal de Afonso Henriques a Coimbra com despojos e centenas de prisioneiros.
  • c. 1140: A documentação coeva começa a referir Afonso Henriques com o título de Rei, marcando um ponto de viragem na sua ascensão e no reconhecimento do seu poder..
  • Início do Século XIV: As “Crónicas Breves de Santa Cruz” mencionam a Batalha de Campo de Ourique em Castro Verde, o confronto com cinco reis mouros liderados por Ismar, e a origem das cinco quinas como representação dos reis vencidos e da cruz de Cristo, com 30 dinheiros em cada escudo em memória da traição de Judas.
  • 1344: O Conde D. Pedro, filho de D. Dinis, na sua “Crónica Geral de Espanha”, adapta e divulga a narrativa da Batalha de Ourique e a origem das cinco quinas, com ligeiras variações na descrição dos dinheiros (brancos).
  • 1416: O “Livro dos Arautos” já inclui a aparição de Cristo na Cruz a Afonso Henriques antes da batalha, conferindo uma aura de santidade ao fundador do reino.
  • 1415: Conquista de Ceuta, um evento que, juntamente com a crise dinástica de 1383-85 e a ascensão de D. João I, é um momento crucial na história de Portugal onde o mito de Ourique é reativado para legitimação e coesão.
  • 1505: Duarte Galvão, na sua crónica de D. Afonso Henriques, consagra definitivamente o milagre de Ourique.
  • 1572: Luís Vaz de Camões imortaliza o milagre de Ourique na sua obra “Os Lusíadas”.
  • 1573 (Tradição Sebastianista): A tradição popular atribui a D. Sebastião a encomenda da construção da Ermida de São Pedro das Cabeças durante a sua visita à região, embora esta informação não seja conclusiva. D. Sebastião é mencionado como impulsionador do mito de Ourique em Castro Verde.
  • Século XVI: José Mattoso refere que o escudo pessoal de D. Afonso Henriques, com os seus “escudetes” (pregos ou saliências metálicas), esteve exposto junto ao seu túmulo em Coimbra até este século.
  • Século 1573 ou XVII: Construção da Ermida de São Pedro das Cabeças no estilo Maneirismo rural, embora a data exata seja incerta.
  • 1640: A Restauração da Independência é outro momento da história de Portugal em que o mito de Ourique é reativado.
  • 1709: Uma inscrição datada deste ano na Ermida de São Pedro das Cabeças sugere obras ou alguma ligação aos Morgados dos Viseus de Lagos, proprietários no século XIX.
  • Século XVIII: Azulejos setecentistas no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, na capela-mor e no jardim da Sereia, ilustram a Batalha de Campo de Ourique, demonstrando a contínua divulgação do mito.
  • Período não especificado: D. Maria I ordena a elevação de um padrão comemorativo da Batalha de Ourique em 1795, posteriormente trasladado para a vila de Castro Verde.
  • Século XIX: Os Morgados dos Viseus de Lagos são proprietários da Ermida de São Pedro das Cabeças.
  • Atualidade: A Ermida de São Pedro das Cabeças permanece como um local de reflexão, suscitando dúvidas entre historiadores e a admiração de visitantes, simbolizando a complexa relação entre história e mito na construção da identidade portuguesa.

A Ermida de São Pedro das Cabeças, sim, essa sentinela branca na vastidão do Campo Branco, é muito mais do que um simples edifício; é um nó na teia intrincada da nossa memória coletiva, onde a pedra fala, o mito se enraíza na terra e a história se confunde com a lenda.

Este outeiro, segunda elevação do concelho de Castro Verde, à ilharga da ribeira dos Cobres, cujo nome se relaciona, pois, a zona insere-se na Faixa Piritosa Ibérica; é ponto de vigia natural. O olhar perde-se na imensidão, na doçura ondulada destas terras alentejanas, onde o céu parece tocar a terra com uma intimidade singular e onde está o mito fundador de Portugal.

Antes da cruz e da espada e da ermida, já o homem sentia a vocação deste lugar. Os vestígios do Castro Neo-Calcolítico, silenciosos sob a ermida, lembram-nos que a escolha deste outeiro como ponto de referência e defesa remonta a tempos imemoriais. Gerações passadas, ligadas por fios invisíveis aos que hoje pisam esta terra, já contemplavam este mesmo horizonte, já sentiam o vento na face, já liam na paisagem os sinais da subsistência e do perigo.

A BATALHA DE CAMPO DE OURIQUE

Mas é, inevitavelmente, a aura da Batalha de Ourique ou a batalha dos Cinco Reis Mouros, que segundo a tradição teriam sido degolados, que mais intensamente paira sobre este lugar. 25 de julho de 1139. Uma data gravada a ferro e fogo na forja da nacionalidade. E é aqui, nesta charneca beijada pelo sol, que a história se torna mito, que o homem se encontra com o divino, que um condado se pressente reino.

José Mattoso, com a clareza e a profundidade analítica que fizeram dele uma figura ímpar da historiografia portuguesa, admitiu a probabilidade de um confronto ter ocorrido algures na vasta região de Ourique, em 1139, tendo por adversários os Almorávidas – esse grande império muçulmano que, nas primeiras décadas do século XII, ainda impunha a sua lei na Península. Contudo, o mestre medievalista não deixava de nos colocar perante uma dissonância face à realidade da guerra na Idade Média. Longe das imagens épicas devastadoras que o cinema e a literatura tantas vezes nos legaram, a guerra medieval era, na sua essência quotidiana, um labor mais modesto e pontual: cercos, saques rápidos (os terríveis “fossados”), escaramuças de fronteira, combates navais em zonas costeiras ou fluviais. Uma batalha de grande escala, com exércitos numerosos a defrontar-se em campo aberto, era um evento relativamente raro, de alto risco e complexa logística. Assim, a ideia de um confronto de vastas proporções travado tão a sul, em pleno território muçulmano, numa altura em que as fronteiras do Condado Portucalense mal ultrapassavam a linha do Mondego, suscita, de facto, legítima perplexidade histórica.

É por isso que se impõe a consideração de outras hipóteses de localização, para além da tradicionalmente aceite Ourique do Alentejo. Jorge Alarcão, sugeriu a possibilidade de um Campo de Ourique bem mais a norte, talvez nas imediações de Leiria (conquistada em 1137), um local cuja proximidade geográfica com Coimbra e as linhas de expansão do Condado em 1139 tornaria um confronto de maior monta militarmente mais plausível. E não esqueçamos que a ausência de qualquer menção à batalha no foral outorgado a Ourique do Alentejo em 1260 é um silêncio que pesa na balança historiográfica. Mas a geografia do mito é vasta e teimosa, e outras “Ouriques” surgem na cartografia da lenda: Vila Chã de Ourique, no Ribatejo, Chãs de Ourique perto de Penela, e até Ourém… parecem reclamar para si um pedaço deste acontecimento fundador. (1)

Independentemente do palco exato – se o Campo Branco alentejano, se as terras a imediatamente a sul do Mondego, ou outra paragem qualquer – a Batalha de Ourique, real nos seus contornos ou transfigurada pelo mito, teve um impacto indelével e representou, isso sim, uma façanha extraordinária. As parcas fontes coevas que nos chegaram, por mais lacónicas que sejam, referem o regresso triunfal da hoste de Afonso Henriques a Coimbra, atravessando a cidade com os despojos obtidos no confronto e, significativo detalhe, com centenas de prisioneiros. (4) Este pormenor não só atesta a realidade de um confronto vitorioso, mas também a sua importância militar e política. A vitória, mesmo que alcançada numa escaramuça de menor escala do que a lenda posterior viria a narrar, conferiu a Afonso Henriques a autoridade necessária para se afirmar como líder incontestado no seio dos portucalenses, diluindo as resistências internas que ainda pudessem existir. A aclamação como Rei em campo de batalha, se bem que possa ser vista como uma construção posterior para legitimar a sua posição, seria o corolário natural dessa afirmação vitoriosa. E o facto inegável é que, a partir de 1140, a documentação coeva passa a tratar Afonso Henriques com o título de Rei, um marco incontestável na sua ascensão.

Com o passar do tempo, a memória da batalha foi sendo trabalhada e magnificada. Aquilo que, em 1139, pode ter sido um confronto significativo, mas circunscrito, transformou-se progressivamente numa epopeia de dimensões quase bíblicas: a diminuta hoste cristã a defrontar uma infinita multidão de sarracenos, com o triunfo assegurado pela intervenção divina, pelo benefício da ajuda de Cristo. Este processo de amplificação do mito, tão comum na formação das identidades nacionais, serviu propósitos claros de legitimação e coesão em diferentes momentos da história de Portugal, como no reinado de dom João I, ou associado ao mito do rei dom Sebastião.

E aqui chegamos a outro ponto fascinante, detalhado por José Mattoso na sua análise sobre a construção da identidade portuguesa: o escudo de Afonso Henriques e a origem das cinco quinas. O mestre historiador, despojando a narrativa de camadas posteriores de simbolismo místico, explica que o escudo pessoal do Rei, que teria estado exposto junto ao seu túmulo, em Coimbra, até ao século XVI e apresentava uns “escudetes”. Estes, prosaicamente, seriam pregos ou saliências metálicas que não só reforçavam a estrutura do escudo, mas também o ornamentavam pela sua disposição simétrica em torno de um ponto central, formando algo que, de certa maneira, representava uma cruz. (4) A ligação entre a Batalha de Ourique e a adoção das cinco quinas como armas de Portugal surge posteriormente. Uma crónica do século XIII aludia ao facto de ter sido após a batalha de Ourique que o rei tomou por armas as cinco quinas, uma interpretação que foi depois recolhida nas Crónicas Breves de Santa Cruz de Coimbra e, mais tarde, adaptada e difundida pelo Conde D. Pedro, filho de D. Dinis, na sua “Crónica Geral de Espanha” de 1344. O que inicialmente seria um elemento funcional e ornamental no escudo do guerreiro Afonso Henriques transforma-se, na construção narrativa posterior, num símbolo da vitória sobre os cinco reis mouros em Ourique, conferindo assim às armas de Portugal um profundo significado religioso e militar, um testemunho pétreo da lenda fundadora. (1)

Mas vejamos o que diz “As Crónicas Breves de Santa Cruz, “em Castro Verde no Campo de Ourique dom Afonso Henriques enfrentou Cinco Reis Mouros, que o de maior poder se chamava Ismar e por memória do bom acontecimento que Deus lhe dera, pôs no seu pendão cinco escudos por aqueles cinco reis e pose-os em cruz por lembrança da cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. E pôs em cada escudo 30 dinheiros por memória daqueles XXX dinheiros por que Judas vendeu Cristo e enquanto que a crónica do conde de Barcelos, dom Pedro diz que e “depois da lide, mudou os sinais das suas bandeiras. Porque, antes da lide, trazia as armas brancas como seu padre e, depois da lide, pôs no seu pendão cinco escudos azuis por memória dos cinco reis que vencera, e pô-los em Cruz, por lembrança em que o nosso senhor Jesus Cristo teve as espáduas, e em cada escudo pôs o XXX dinheiros brancos, representando por que foi vendido”. (1)

Assim, ao contemplarmos a Ermida de São Pedro das Cabeças ou ao refletirmos sobre a Batalha de Ourique, somos confrontados não apenas com um evento histórico, mas com as múltiplas camadas de interpretação e significado que lhe foram sendo sobrepostas ao longo dos séculos. É a história em constante devir, a memória em permanente (re)construção, o mito a alimentar a identidade.

A construção da identidade nacional assenta, em grande medida, na elaboração e na reinterpretação de mitos fundadores ao longo dos séculos. O Milagre de Ourique – a aparição de Cristo a Afonso Henriques prometendo-lhe a vitória e a fundação de um reino – não é apenas uma narrativa piedosa; é um alicerce simbólico, um ato de legitimação divina que reforça a figura do monarca e a própria ideia de um destino providencial para Portugal.

“Assim, desde a fundação da nacionalidade, o símbolo do reino era a memória da grande batalha em que o Dux se transformara em Rei depois de uma vitória considerada retumbante. A lenda continuo no livro dos Arautos em 1416 (3), em que já aparece a aparição do próprio Cristo na Cruz ao rei antes da batalha conferindo assim uma aura de santidade ao fundador do reino…o milagre de Ourique seria depois consagrado definitivamente no século XVI por Duarte Galvão (1505), na crónica de dom Afonso Henriques, e por Camões nos Lusíadas (1572) (4). O Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, seria o grande divulgador da Batalha de Campo de Ourique, como se pode ver nos seus azulejos setecentistas na capela mor e no jardim da Sereia.

A reativação deste mito em momentos cruciais da história, com a crise dinástica e a legitimação do rei dom Jõão I (crsie de 1383-85 e conquista de Ceuta (1415), dom Sebastião impulsionador do mito de Ourique em Castro Verde ou a Restauração de 1640, demonstra a sua vitalidade e a sua função aglutinadora. E o próprio topónimo “das Cabeças” dos reis Mouros, que coroa a ermida, parece uma referência crua, quase visceral, aos despojos dessa vitória lendária.

A Ermida que hoje contemplamos, contudo, não é testemunha ocular do evento de 1139. A sua fábrica, aponta para um Maneirismo rural, singelo, mas de inegável dignidade. A persistência de modelos quinhentistas na arquitetura religiosa de cariz popular, a planta simples de nave e capela-mor quadrangulares, as abóbadas de berço e cúpula, o arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras toscas – tudo fala de uma arte despojada, funcional, adaptada aos materiais e mestres locais, mas que não abdica de uma certa solenidade. A fachada, simétrica e rematada pela empena triangular com o modesto campanário, revela a economia de meios e a busca pela essência formal. Os contrafortes, longe de serem mero ornamento, são a resposta engenhosa e robusta à necessidade de conter os impulsos das coberturas abobadadas.

A data da sua edificação permanece envolta em alguma névoa, oscilando entre a tradição sebastianista – que a atribui a uma encomenda de D. Sebastião em 1573 – e a evidência documental, que aponta para uma inscrição de 1709, talvez ligada a obras ou à influência dos Morgados dos Viseus de Lagos, proprietários no século XIX. Seja qual for a data precisa, o que importa é a continuidade da sua presença, a forma como este pequeno templo se inscreveu na paisagem e na devoção popular, mantendo viva a memória de Ourique. O padrão comemorativo, erguido por D. Maria I e depois transladado, reforça essa vontade de materializar a lenda no território.

“O certo é que a tradição que tenha sido D. Sebastião, na visita que fez ao local no seu périplo pelo Sul- o que não deixa de possuir um simbolismo político assinalável-, a mandar ergue-lo. Mas essa mesma tradição aplica- se, simultaneamente, à igreja das Chagas do Salvador (?) e à Igreja da Nossa Senhora da Conceição, a famosa Basílica de Castro Verde” (1)

E não podemos esquecer essa rede mágica de sete ermidas irmãs, por vezes visíveis umas das outras, a tecer uma geografia sagrada sobre o Alentejo e o Algarve. A Senhora do Amparo em Mértola, Guadalupe em Serpa, Senhora da Cola em Ourique (que assenta num castro), o a senhora do Castelo em Aljustrel, a Saúde em Martim Longo, a senhora da Piedade em Loulé e Aracelis na própria Castro Verde. Que belo exemplo de uma geografia sagrada, com a criação de um território de fé e de referência que transcende as divisões administrativas e militares, e o mero utilitarismo, unindo comunidades na devoção e na partilha de um património imaterial.

Hoje, a ermida de São Pedro das Cabeças, convida à reflexão. É um local de grande beleza que suscita as dúvidas dos historiadores e a contemplação dos viajantes notáveis. O que nos diz ela neste tempo de vertigem e de memórias voláteis? Diz-nos que os lugares guardam segredos, que a paisagem é um livro de pedra e terra para quem o souber folhear, e que os mitos, têm uma força inesgotável na construção do nosso ser coletivo.

A ermida de São Pedro das Cabeças. É um bastião de identidade, um lembrete de que a história não é linear nem unívoca, mas um tecido complexo onde o real e o imaginário se entrelaçam. O seu futuro, a permanência da sua voz na vastidão do Campo Branco, dependerá, em última instância, da nossa capacidade de continuar a ouvir os ecos que as suas paredes milenares guardam e de valorizar a profunda trama que une a paisagem, a história, a arte e o espírito humano neste recanto notável de Portugal.

 D. AFONSO HENRIQUES

Pai, foste cavaleiro.

Hoje a vigília é nossa.

Dá-nos o exemplo inteiro

E a tua inteira força!

Dá, contra a hora em que, errada,

Novos infiéis vençam,

A bênção como espada,

A espada como bênção!

s.d.

Mensagem. Fernando Pessoa. Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1934

Referências Adicionais:

(1)- Paulo Pereira, Paraísos Perdidos e Terras Prometidas-Enigmas lugares mágicos de Portugal. Lisboa: Círculo de Leitores, 2004, 224 p.

(2)-Livro dos Arautos (1416) (ver aqui).

(3)- Mattoso, josé (2007) d. Afonso Henriques. Lisboa: temas & debates. 432 p.

(4)- Oliveira e Costa, João Paulo (2023), Portugal na História – Uma Identidade (Temas & Debates, 640 p.

(5)- Crónicas Breves de Santa Cruz (início do século XIV) (ver aqui).

(6)- Artigo por Vitor Manuel Adrião- A Batalha Impossível.

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